Mateus, Marcos, Lucas e João.
A palavra evangelho significa “boas novas”. Os Evangelhos são assim chamados pois registram as boas novas de que um caminho para a salvação foi aberto a toda a humanidade pela morte e ressurreição de Cristo (Mc 1:1; 1Co 15:3-4).
Uma grande expectativa estava no ar e nas conversas diárias de todo judeu; quando o Senhor restauraria definitivamente o reino de Israel? Estávamos no século primeiro e Israel já havia passado muitos anos sofrendo nas mãos de reis injustos e corruptos ou sob o domínio de um império mundial. Primeiro os Assírios, depois os Babilônios, posteriormente os Gregos e naquela época sob domínio Romano.
400 anos se passaram desde as últimas profecias, anos de silêncio, o que fez aumentar a atenção sobre o que o Senhor faria. Os judeus estavam atentos aos sinais do Messias, palavra em hebraico que significa Ungido, ou Cristo que é a versão em grego. Este título é atribuído àquele que o Senhor escolheu para redimir e salvar a Israel. Por isto temos as boas novas anunciando que o redentor e salvador havia chegado. O Messias, o Cristo, havia nascido! Os quatro Evangelhos relatam exatamente isto e foram escritos por apóstolos ou por alguém bastante próximo deles.
Os Evangelhos foram escritos a quatro grupos de pessoas do primeiro século: Mateus escreveu para os Judeus; Marcos para os Romanos; Lucas para os demais gentios (Gregos) e pagãos; e João para os cristãos.
⇒ Mateus
1. Autoria: Mateus, um judeu cujo sobrenome era Levi (Mc 2:14), trabalhava como coletor de impostos para o governo romano (Mt 9:9). Mateus (como todos os publicanos) era desprezado por seus compatriotas. Apesar disso, atendeu ao chamado simples de Jesus. Foi, pois, um dos doze apóstolos que andaram com Jesus durante o seu ministério (Mt 10:3).
2. Data: entre as décadas de 50 e 60 d.C.
3. Características do livro: por ter sido originalmente escrito para os Judeus, o livro tem como centro o “Reino dos Céus”. Além disso, Jesus é retratado frequentemente como filho de Davi, além de ser apontado como o cumpridor das profecias messiânicas do Antigo Testamento. Uma curiosidade é que somente no livro de Mateus, dos quatro evangelhos escritos, possui a palavra Igreja (Mt 16:18; Mt 18:17).
4. Conteúdo: o livro, como todos os Evangelhos, retrata a vida e o ministério de Jesus. As divisões e temáticas mais importantes no livro são o Sermão do Monte (Mt 5 a 7), a oração do Pai-nosso (Mt 6:9-13), as parábolas do reino (Mt 13) e o Sermão Profético que trata de acontecimentos futuros (Mt 24-25). Neste evangelho Jesus é retratado como Rei.
⇒ Marcos
1. Autoria: João Marcos era filho de Maria, uma mulher rica e importante em Jerusalém (At 12:12). Barnabé era seu primo (Cl 4:10). Marcos era um amigo íntimo do apóstolo Pedro (1Pe 5:13). Teve a oportunidade de acompanhar Paulo e Barnabé em sua primeira viagem missionária, mas os abandonou antes que o trabalho estivesse concluído. Devido a esse acontecimento, Paulo se recusou a levá-lo em sua segunda viagem, de modo que Marcos acompanhou Barnabé até Chipre (At 15:38-40). Cerca de doze anos depois esteve novamente com Paulo; pouco do apóstolo ser executado, Paulo mandou chamar João Marcos (2Tm 4:11).
2. Data: entre as décadas de 50 e 60 d.C.
3. Características do livro: originalmente escrito para os Romanos e demais gentios. A genealogia de Cristo não é incluída, o Sermão do monte não é mencionado e a condenação de seitas do judaísmo recebe pouca atenção. O interessante é que, por ser dirigido aos gentios, Marcos achou interessante interpretar palavras aramaicas (Mc 5:41; Mc 7:34; Mc 15:22), além de usar palavras em latim, que não são encontradas nos outros evangelhos (ex:
Mc 12:42 – Quadrante). A ênfase é o que Jesus fez, sendo, por isso, um livro de ação. É de aceitação geral que Marcos recebeu de Pedro a maior parte dos relatos contidos no Evangelho.
4. Conteúdo: “Cristo, o servo”. O versículo-chave é Mc 10:45. Esse versículo marca a divisão do livro em duas partes: o serviço do servo (Mc 1-10); e o sacrifício do servo (Mc 11-16).
⇒ Lucas
1. Autoria: Lucas, o médico amado (Cl 4:14), amigo íntimo e companheiro de Paulo. Trata-se, provavelmente, do único autor gentio do Novo Testamento. Não se sabe muito sobre a sua vida, nem sobre sua conversão, exceto que ele não foi uma testemunha ocular da vida de Jesus (Lc 1:2) e, que acompanhou o apóstolo Paulo na época do seu martírio (2Tm 4:11).
2. Data: 60 d.C.
3. Características do livro: originalmente escrito para Teófilo, o evangelho fala para todos os gentios. O autor demonstra interesse incomum em assuntos médicos (Lc 4:38; Lc 7:15; Lc 8:55; Lc 14:2; Lc 18:35; Lc 22:50). Há um tratamento especial para os acontecimentos referentes ao nascimento de Jesus. Somente Lucas registra a anunciação de Zacarias e Maria, os cânticos de Isabel e Maria, o nascimento e a infância de João Batista, a circuncisão de Jesus e a sua apresentação ao templo e os pensamentos íntimos de Maria. Lucas demonstra um interesse incomum por indivíduos, como nos relatos de Zaqueu (Lc 19:1-10) e ao ladrão arrependido (Lc 23:39-43), bem como nas parábolas do filho pródigo (Lc 15:11-32) e do publicano arrependido (Lc 18:9-14). É Lucas quem apresenta a história do bom samaritano (Lc 10:29-37) e do ex-leproso agradecido (Lc 17:11-19).
4. Conteúdo: o tema do livro é “Cristo, Filho do Homem” e narra vários dos acontecimentos que mostram a humanidade de Cristo. O versículo-chave é Lc 19:10.
⇒ João
1. Autoria: João é descrito nesse Evangelho como o “discípulo a quem Jesus amava” (Jo 21:20, 24). João era sem sombra de dúvida um judeu da palestina que testemunhou pessoalmente os acontecimentos da vida de Cristo. João, o apóstolo, era filho de Zebedeu e Salomé, além de ser o irmão mais novo de Tiago.
2. Data: 85 a 90 d.C.
3. Características do livro: esse é o mais teológico dos quatro Evangelhos. Trata da natureza e da pessoa de Cristo, além do verdadeiro significado na Fé que nele é depositada. João apresenta Jesus como o Filho de Deus, o que se evidencia em diversos títulos a ele atribuídos ao longo do livro: 1) o Verbo de Deus (Jo 1:1); 2) o Cordeiro de Deus (Jo 1:29); 3) o Messias (Jo 1:41); 4) o Filho de Deus e o Rei de Israel (Jo 1:49), 5) o Salvador do Mundo (Jo 4:42); 6) Senhor e Deus (Jo 6:35; 8:12; 10:7-9; 11:25; 14:6; 15:1-5; 20:28). A sua estrutura é diferente da dos outros livros. Nele não há parábolas, há menção a apenas sete milagres e vários relatos sobre a realidade física do Cristo. Trata, pois, da face divina e da face humana de Jesus.
4. Conteúdo: o tema do livro é “Cristo, Verbo encarnado”, Deus e homem, salvador da humanidade. O versículo-chave é o conhecido Jo 3:16.
Reflita no que significa seguir Jesus.
Memorize os versículos chaves: Mt 2:2, Mc 10:45, Lc 19:10, Jo 3:16
Persevere e avance com as Escrituras ... Boa leitura! Jesus te abençoe!
Estudo da EBD Terceira Igreja Presbiteriana de BH, turma M2, aula: Os evangelhos.